Ao pararmos em Ibipeba pedimos informações a um casal
muitíssimo simpático que passava um pouco de tempo sentado à porta da
lanchonete. De lá, com votos de sorte para nossa caminhada, tomamos estrada.
Rumamos à nossa primeira estrada de terra nesta viagem. Seguimos à procura dos
povoados, os mais pequeninos.
Passamos pelo primeiro: lugar bonito de gente calma e
sorridente. Era grande, mas de ar acolhedor. Ao passarmos por ele pairava a
sensação de que podia ser ali nossa paragem. Mas, com ela, seguimos à procura
de lugar ainda menor.
Pouco tempo depois, Genifer sugeriu que parássemos o carro à
beira da estrada e nos preparássemos para o cortejo. Trocamos de roupa no carro
mesmo ou ao lado dele, como que escondidas de outros carros que viessem a
passar pela mesma estrada. Meio arrumadas religamos o motor e seguimos em
procura.
Depois de longo tempo sem avistarmos outro povoado nos
aproximamos de um senhor moreno a pedalar devagar sua bicicleta. “Moço, daqui
pra frente tem algum povoado perto?” O moço, já senhor, era seu Reniltom.
Nenhuma de nós sabia que era, mas era sim. E nos disse que estávamos bem perto
de certo lugarejo de nome Serra Grande. Agradecemos, mas seguimos esquecidas de
perguntar se Serra Grande era mesmo lugar pequeno.
Chegamos a Serra Grande. Meu impulso, ao avistar poucas
casas, foi o de parar. Estacionei o carro à sombra de uma árvore e saí dele
para respirar um pouco. Não me lembro bem em que repousava meu olhar quando uma
voz doce me disse: “O carro quebrou?” Que susto: à minha frente estava seu
Reniltom. Como não o vi chegar? Como já estava ali? Feito aparição chegou e
conversamos um pouco.
Fez bem aos ouvidos ouvir seu sotaque. Abrandou a alma sua
doçura.
Seguimos ainda para outro povoado. Lá a dúvida entre ficar em
Olhos d’Água e voltar à Serra Grande, povoado em que morava o doce senhor. O
sol começava a sair. Era preciso escolher. Entre nós um ar de tanto pode ser
aqui como lá.
A noite que se aproximava trouxe à Genifer uma ideia: tirarmos
a decisão na moeda. Esta por seguidas vezes foi jogada para cima. Insistia em
não se deixar cair na mão da moça. Parecia me dizer: “Não sirvo pra isto,
Laura.” Ainda assim escolheu. Na quarta tentativa nos disse: “É aqui”. Ficamos.
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