domingo, 12 de agosto de 2012

Mulungu


Povoado Santo Antonio, 28 de julho de 2012


Acordei às 6:30h a fim de caminhar. Sem rumo, a apreciar os morros, os galhos secos, os sons de vento e de pássaros desconhecidos, galos ao longe. A visitar o Mulungu, procurar galhos secos nos pés da árvore de uma das madeiras mais nobres para bonequeiros, na fabricação de bonecos. No chão pego algumas sementes para entregar a meu amigo Tcheli; nos braços pedaços soltos da árvore enorme. 

Em seguida caminho mais um pouco e sento-me ao lado de um cactus que, de longos braços erguidos, reverencia a manhã. (Sou apaixonada por pessoas, mas às vezes preciso mesmo é desta solidão para celebrar os encontros.)


Ao longe os sons se misturam, pássarosgalosgalinhasventocigarras e alguns que não reconheço o que são, mas que lá estão. É preciso conhecer para ouvir, para amar? Saber o que se ouve? Ouvir e amar me basta.
E sigo a caminhar pela estrada de galhos secos, agora galhos secos de Mulungu nas mãos.

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